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Atletas paralímpicos superaram limites na Copa de Tênis de Mesa em Maringá

  • Foto do escritor: Adippne
    Adippne
  • 18 de jul. de 2018
  • 3 min de leitura

Atualizado: 30 de jul. de 2018



 “A deficiência está nos olhos de quem vê”, afirmou a mesa tenista paralímpica Soraia Alvarenga. Superando preconceitos sociais, ela participou da III Copa Brasil Sul Sudeste de Tênis de Mesa, realizada em Maringá, na última semana. O evento reuniu aproximadamente 100 atletas paralímpicos, com histórias de limitações e conquistas de vida, através do esporte.

 Soraia Alvarenga voltou para casa com duas medalhas de bronze da competição. “Elas representam minha vitória no evento e, principalmente, minha história de vida”. O que hoje a atleta comemora, aos 49 anos de idade, é a batalha que travou pela sobrevivência desde bebê. Soraia sofreu paralisia ainda pequenina, com oito meses de idade. Os aparelhos só a fizeram andar cinco anos mais tarde. Aos onze, sua reabilitação quase completa foi interrompida por um acidente.

     “A adolescência foi a fase mais complicada. Ser diferente, nesta idade, é motivo de olhares tortuosos”, desabafa a mesatenista. Com o auxílio de tratamentos, Soraia encarou a fase de chacotas e adaptou-se a suas condições. Casou, teve filhos e conseguiu o desejo de vida da maioria dos brasileiros, ser dona da própria empresa. “Mas, nada é por completo. E aí me veio outra surpresa”, brinca ao contar do diagnóstico de pós-pólio. A doença, que provoca perda das funções musculares, a colocou em uma cadeira de rodas. “Eu já estava me acostumando com as idas e vindas de minha saúde. Não podia me entregar a mais esta”.

     Há 7 anos, ela descobriu o tênis de mesa como aliado no processo de reabilitação. “O esporte me fez compreender uma série de inquietações. Me fez superar os limites da doença e do preconceito”. Soraia dedicou-se a sua reabilitação e passou a ajudar seus semelhantes. Sua luta foi reconhecida e hoje ela é gestora da mesatenista paralímpica Joyce Oliveira, que compete em Londres, ainda este mês.

     “A 'cadeira' nos proporcionou isso. Desenvolver o talento de quem, assim como eu, depende de pessoas solícitas é muito gratificante”. Seu trabalho fez com que o governador de São Paulo a elegesse Representante do Comitê Paralímpico do estado. Além deste, outros cargos vieram a partir de sua garra. Soraia também é presidente da Associação de Defesa da Inclusão e Paradesporto das Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais (ADIPPNE) e Gestora de Esporte de Adaptados da USP Leste.

     Em Maringá, ela fez questão de agradecer a infraestrutura da cidade. “Estou maravilhada. Fico feliz em competir numa cidade que oferece condições de jogo, acessibilidade e pessoas hospedeiras, dispostas a ajudar. A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa está de parabéns pela escolha. Quero voltar aqui mais vezes”, comemora.

     Antes de embarcar para São Paulo, a mesatenista confraternizou a conquista dos demais atletas paralímpicos e deixou seu legado. “Eu percebi que não é possível competir de igual pra igual com quem não tem necessidades especiais. Mas é imprescindível que eu faça a minha parte, formando e competindo com atletas iguais a mim”, ressaltou. “O esporte transforma vidas e deixa claro que nós, deficientes, não somos limitados. A limitação está na cabeça de quem assim nos enxerga”, conclui.


A III Copa Sul Sudeste de Tênis de Mesa teve recorde de participação e reuniu 600 atletas de 20 estados brasileiros. Atletas paralímpicos convocados a Paraolimpíada de Londres aproveitaram a competição como último treino antes de embarcarem para a Europa. O evento foi promovido pela Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, em parceria com a Prefeitura de Maringá, através da Secretaria de Esportes e Lazer.







 
 
 

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